Ultimamente tenho treinado um pouco mais do que é habitual. Treinos bi-diários virados essencialmente para a resistência com aumento progressivo de velocidade. Hoje foi um desses dias (30km de bicicleta 75:00, 6km a correr 24:00), particularmente puxado. Por isso mesmo, decidi presentear-me com um repasto, digno de um rei, bem ao estilo da velha tradição da gastronomia mediterrânica. Deixo-vos aqui a receita, pois decerto acharão algo imperdível o que inventei esta noite inspirado pelos bons resultados atingidos.
Antes de passar à receita propriamente dita, gostaria de dizer que este magnífico prato é económico e razoavelmente rápido de preparar (e comer, com a fome que estava!). Por diversas razões, não deixo aqui a fotografia até porque não tive grandes preocupações estéticas, em termos de apresentação (queria mesmo comer o que quer que fosse que me aparecesse à frente!).
Receita de Atum à la Arco-Íris
Ingredientes:
50 g de feijão verde
3 colheres de sopa de azeite do bom
1/2 cebola das grandes
4 batatas novas
1/2 pimento amarelo
1/2 pimento vermelho
1 tomate maduro vermelho
1 colher de sopa de sal grosso
1/2 colher de sopa de pimenta preta
1 cenoura
1 lata de atum (português, de preferência)
Preparação:
1. Lavar bem o feijão verde, abri-lo com uma faca qualquer e sacar tudo o que esteja lá dentro. Lavar e voltar a lavar;
2. Pegar nas batatas, com casca, e lavá-las. Voltar a lavar. Mais uma vez. E outra;
3. Já com a água a ferver na panela, pegar nas batas e no feijão verde e atirar para dentro da panela. De preferência a alguma distância porque a água a ferver queima!
4. Atirar com o sal lá para dentro (da panela);
5. Enquanto aquilo coze, pegar numa frigideira e untar bem com azeite;
6. Pegar na cebola, entretanto picada, e colocá-la dentro da frigideira logo que o azeite já esteja suficientemente quente para acolhê-la;
7. Entretanto, ir controlando o que se passa na panela ao lado. Uma boa forma é pegar num garfo e ir espetando as batatas para ver como estão…
8. Ah, o tomate maduro é despedaçado o mais possível e colocado de lado à espera da sua vez;
9. Os pimentos, depois de extraídas as partes que não interessam, são cortados em fatias;
10. Já com a cebola alourada na frigideira, pega-se no tomate e espalha-se por cima, mexendo de seguida;
11. Pega-se na panela, escorre-se bem e retiram-se as batatas e o feijão verde. As batatas são então cortadas às fatias, o mais finas possíveis, e colocadas, juntamente com o feijão verde, na frigideira;
12. Logo de seguida, pega-se no pimento fatiado e procede-se de igual maneira;
13. Com as cores todas misturadas, pega-se no atum e atira-se para dentro da frigideira, procurando fragmentá-lo o mais possível;
14. Mexe-se bastante o que está na frigideira e espalha-se a pimenta e algumas ervas aromáticas na frigideira;
15. Continua-se a mexer até ganhar a consistência e alguma homegeneidade de confecção;
16. Entretanto, pega-se na cenoura, esfola-se, passa-se por água e come-se mesmo crua antes do jantar. Sabe mesmo bem!
17. Assim que parecer que está em condições de ser comido, desliga-se o lume e despeja-se o conteúdo da frigideira num prato, até porque não há mais ninguém a ver e não há cerimónias.
Já com o prato pronto e servido, esta noite decidimos acompanhar a refeição com pão de centeio e o excelente tinto do Dão, Cabriz Reserva 2005, o qual está à altura de tão magnífico manjar.
À sobremesa, um pouco de Camembert com mais um bocado de pão de centeio.
A concluir, chá verde acompanhado das excelentes ANNA’s (cappuccino thins).
Bom apetite!
PS-Esta receita está protegida por copyright e patenteada em Nova Iorque, Londres, Bruxelas, Lisboa, Hong-Kong, Tóquio e Buenos Aires.
4 Março 2009 às 1:46 am
imagino, depois de um treino assim como e’ que fica o atum qd o “atiras” para dentro da frigideira :D
pantagruel? lol
4 Março 2009 às 2:01 am
Chefe, uma perguntinha inocente… 8) Estás a tirar o lugar à Migas? :D
4 Março 2009 às 8:05 am
Já com o prato pronto e servido, esta noite decidimos acompanhar a refeição com pão de centeio e o excelente tinto do Dão, Cabriz Reserva 2005, o qual está à altura de tão magnífico manjar….
Decidimos, chefe? então isso não era só para matar a fomeca do treino assaz violento? lol…
PS – Por acaso o vinho é magnifico…
4 Março 2009 às 8:31 am
Ia perguntar se tinhas inventado esse prato, mas afinal está respondido no PS.
Parabéns!!!
É «afro» por ter sido imaginada em África?
É que assim, à vista, os produtos são nossos.
Olha, parece-me bom, fácil, barato e bonito. Vou experimentar.
4 Março 2009 às 10:39 am
o que já me ri com o teu profissionalismo na descrição da receita!!! Gosto das recomendações de lavar e voltar a lavar e lavar e de tirar tudo o que está dentro do feijão verde!
4 Março 2009 às 5:04 pm
ah ah ah Só tu para me fazer rir, Miguel! Já ouvi algures, em minha casa, quando alimentava uns quantos machos com comidinha de “qualidade” (digamos que este conceito, neste caso, se resume a mais de 3 coisas diferentes no prato, sem ser congeladas e cruas e sem “atum” incluído) que, o atum é o melhor amigo… do homem solteiro. ah ah ah Mesmo que seja apenas “solteiro”, geograficamente.
E atum com massa? Também é um clássico para o pós-corridinhas, não?
4 Março 2009 às 6:34 pm
Então e os pleurotus pá? :)
Essa de lavar e lavar e lavar outra vez denuncia uma POC ou é impressão minha? he he
Gostei :)
4 Março 2009 às 11:52 pm
migasssss saudades da minha xará … tinha q ser um post de comida, vou por um tb no silêncio para ver se me visitas ;-) Beijú linda !!!
pois … tb deve ser amigo da mulher solteira, a minha salada ao jantar ontem foi mais rapida :-) … e atum c massa tb :-( … aliás pensei q esta receita iria acabar com esparguete tudo dentro do wok …
5 Março 2009 às 11:47 am
oh oh oh Não digas isso, kiandita, que fico triste. Eu ando de vez em quando a dar uma olhadela na diagonal aqui, no silêncio e no do ricky mas, o tempo tem sido “piqueno”. Ainda no outro dia, vi um post de comida no teu blog… ah ah ah Muito interessante, por acaso. Mas pronto, daqui a nada eu vou lá comentá-lo que aquilo merece realmente o comentário da migas… ah ah ah
Miguel, não sei se estás a ver mas, acabo por parar sempre na tua sala de estar para conversar com as minhas garotas favoritas. Brilhavas, era se trouxesses um chá e bolinhos. Isso é que era! :o)
5 Março 2009 às 12:50 pm
Comida no blog da kianda? Vim de lá agora e não vi nada q se coma! Nem um cheirinho a coisa boa… ( não me digas q é o Quique? lol :D )
5 Março 2009 às 4:22 pm
Então.
Andas a fugir de alguem??
É que com esses treinos todos ou andas a fugir ou estás-te a preparar para isso.
Também achei engraçado a parte do, e passo a citar, “comia qualquer coisa que me aparecesse è frente”. Nós por aqui ainda somos um bocadinho esquisitos e dizemos “QUASE tudo que nos aparecesse à frente”, se é que me entendes!!!!!!!
Um grande abraço
5 Março 2009 às 6:57 pm
querem ver que lhe caiu mal? lol
5 Março 2009 às 10:23 pm
Vocês são demais! ehehhehehe o que me ri a escrever este post. Acima de tudo, estava delicioso. Ou a fome é que era muita ;)
pp, o atum fica um espanto!
maria, moi? Jamais! A migas já é um ícone!
Miguel A., não dês outro sentido às palavras… Não vês que é defeito de formação? Normalmente falo em nome do colectivo.
emiele, só tu para me considerares a sério! LOL! Sempre experimentaste? E que tal? ehehhehehe
ac, tudo em que me meto é com profissionalismo…
ah migas, então esta minha receita pode ser considerada comidinha de “qualidade”!!!! Tem montes de coisas, é colorida e altamente nutritiva!!! Oh, nem sabes tu o que eu cozinho migas! Ontem fiz uma salada grega que estava de chorar por mais!!! E os cogumelos? :p Vá lá que ainda sobrou um bocado para hoje (não a salada, claro!). Quanto ao atum com massa, enjoei dos meus tempos de Viseu ahahahhahahahaha!
Ameixa, informaram-me que os pleurotus são uma espécie em vias de extinção por isso, como amigo do ambiente e da biodiversidade que sou, não vou comê-los assim… O que é isso do POC?! Eu também gostei muito, se gostei!
Do quê Kianda?! Isso é coreano?! lol
migas, o chá está servido (verde e limão). As bolachas fica para mais tarde, o forno está avariado…
Olha o Zana! Isto nunca se sabe! Mas olha que com estes treinos todos, no outro dia protagonizei uma cena digna de registo. Estava a tomar o pequeno-almoço num local público e, ao tentar separar as duas metades da sandes, fiz tanta força que acabaram por se separar mas dei com a mão esquerda no copo cheio de sumo e gelo. Com o copo no ar e em queda, larguei a metade da sandes da mão esquerda e consegui apanhar o copo em pleno vôo. Claro que algumas pedras do gelo foram parar ao chão e algum sumo, mas ainda sobrou para beber a acompanhar a sandes ehehhehehe! Entendo, entendo Zana. Também eu nunca gostei de tripas à moda do Porto! ehehehehehehe
Qual mal pp? Não tenho é tempo… :p
5 Março 2009 às 11:41 pm
Estão em extinção? Não sabia disso!
POC é perturbação obsessivo-cumpulsiva :)
5 Março 2009 às 11:50 pm
E eu a pensar q POC era o Programa Operacional da Cultura lololol :D
( cultura gastronómica , claro! :D )
6 Março 2009 às 6:14 am
Nada disso Ameixa, mão quero é apanhar nada…
lol maria!
8 Março 2009 às 9:36 pm
Bem … estou mesmo a ficar preocupado contigo … quando eu estava longe de casa, o excesso de mas _ _ _ _ _ _ ão às vezes causava-me a mesma coisa …
Ok eu perdoo-te … podes cá vir a casa …
By the way … hoje não ouvi a tua chamada … estava perto das palmeirinhas apanhámos 1 Kg e meio de quitetas … hum … queres a receita?
9 Março 2009 às 12:13 am
lol invariavelmente caímos lá… :p Nopes, não aprecio quitetas pá! ‘Cês são mazé doidos! lol